Com previsão de falta de quorum, Temer articula nova data para denúncia
Pelas contas do Palácio do Planalto, o presidente conta hoje com apoio para barrar a denúncia por corrupção passiva em plenário
Temer preocupado com votação (Foto: Da Net) |
Com a previsão de que não haja quorum para votar denúncia contra ele na quarta-feira (2), o presidente Michel Temer tem defendido que seja convocada nova sessão parlamentar na segunda semana de agosto.
Pela sondagem feita pela base aliada, a tendência mais forte é de que os partidos de oposição façam obstrução, o que inviabilizaria uma votação, já que o Palácio do Planalto reconhece que não conta com 342 parlamentares governistas.
Segundo a Folha apurou, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), responsável por comandar o processo, já deu indicações a Temer de que quer finalizar o assunto o mais rápido possível.
Os dois participaram na noite de quinta-feira (27) de jantar no Palácio do Jaburu, onde foi discutida a estratégia para a sessão de quarta-feira (2).
Se antes o presidente avaliava que era preferível postergar a votação, agora o peemedebista considera que um adiamento poderia ser prejudicial.
Isso porque a avaliação é de que, enquanto a denúncia ficar em banho-maria, não será possível votar nenhuma reforma governista, que são consideradas essenciais pelo presidente para recuperar apoio junto ao mercado financeiro.
Além disso, o Palácio do Planalto teme que a divulgação do conteúdo das delações premiadas de Lúcio Funaro e de Eduardo Cunha pode desgastar ainda mais a imagem do presidente, dificultando a conquista do apoio de indecisos na base aliada.
Pelas contas do Palácio do Planalto, o presidente conta hoje com apoio para barrar a denúncia por corrupção passiva em plenário. Pelo último cálculo, o governo teria o apoio de 257 deputados.
Com a perspectiva de falta de quorum, a estratégia definida pela base governista é utilizar a sessão parlamentar para atacar a oposição, já que ela será transmitida pelas emissoras de televisão.
O objetivo é tirar o foco do presidente e concentrar os ataques no PT, sobretudo no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já que a expectativa é de que não tenham oposicionistas para defendê-lo.
Além do jantar de quinta-feira (27), o presidente convocou um novo encontro no domingo (30) com a base aliada para discutir estratégia para a sessão parlamentar de quarta-feira.
Da Folha Online
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