Hernanes se diz pronto para jogar e crava: São Paulo não será rebaixado
Apresentado com a camisa 15, meia explica as razões por ter decidido voltar e se coloca à disposição para encarar o Botafogo no sábado. Ele falou em recomeço na carreira
Hernanes se apresenta ao São Paulo (Imagem: LanceNet) |
Após saudar a torcida no Morumbi antes do empate com o Grêmio nesta segunda-feira, o meia Hernanes foi apresentado oficialmente nesta terça-feira no CT da Barra Funda. De volta ao São Paulo após sete anos fora, ele recebeu a camisa 15 das mãos do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva e já se colocou à disposição para jogar no próximo sábado, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro.
- Estou pronto. Eu estava treinando normalmente. Faz um ano e meio que não falto a um treinamento. Graças a Deus, sem problemas físicos ou de saúde. Ritmo de jogo talvez falte um pouco. Mas quem vai dizer é o tapete verde. Às vezes a gente pensa uma coisa e quem diz é o tapete. O Dorival vai ver minha situação e decidir - afirmou o jogador.
Hernanes recebeu pomposos elogios do presidente Leco, a quem agradeceu, assim como ao diretor Vinicius Pinotti e ao advogado Alexandre Pássaro, que também acompanharam a apresentação. Depois, falou em um recomeço na carreira. Não poderia faltar as citações bíblicas e filosóficas, que lhe renderam o apelido de Profeta.
- A vida é feita de ciclos. Até na bíblia, fala-se que o escravo trabalhará sete anos, depois você dará liberdade a ele. É um ciclo bom para recomeçar. Quero me surpreender em termos de performances, quero provar para mim mesmo. Eu me sinto muito bem. Quero atingir objetivos que ainda não atingi - analisou.
Na entrevista de aproximadamente 45 minutos, Hernanes explicou os motivos da escolha pelo São Paulo, cravou que a equipe não será rebaixada, elogiou time e torcida e soltou, vez ou outra, frases de efeito. Confira abaixo os principais trechos:
Mudança de posicionamento
Estou muito feliz, foi muito especial. Foi marcante, reencontrar o Morumbi, o estádio lotado. Estou muito feliz de estar aqui novamente. E quanto ao posicionamento, foi algo natural que já aconteceu aqui. Quando comecei jogávamos no 3-5-2, volantes fixos, mas ao longo dos anos a minha posição foi avançando mais. Tanto é que mencionei a quantidade de gols que comecei a fazer.
Por que decidiu voltar sendo que ainda tinha mercado na Europa?
Eu costumo dizer que a vida do jogador é uma sucessiva, sucessão de sucessões que se sucedem sucessivamente (risos). Os meus planos não eram de voltar agora. Já tinham alguns contatos. Mas mudei de ideia em janeiro. Tinha dado o sinal verde. Se der tudo certo, será um prazer retornar. E agora surgiu a oportunidade. Não pensei duas vezes desta vez, até porque estava fechando a janela. Eu tentei ser coerente com a decisão que tinha tomado há seis meses. Foi de coração também. A porte se abriu e disse sim.
A briga do time é contra o rebaixamento? Como reagiu quando viu isso?
Vou ser sincero que não acompanhava de perto. Por causa do horário. Mas sempre via resultados, tabela. E quando vi o São Paulo na zona, pensei que aquilo não era o lugar do São Paulo. Também mexeu comigo. Nesse momento o objetivo a curto prazo é sair da zona do rebaixamento. Não tem que pensar em outra coisa além disso.
Consegue profetizar se vai brigar até o fim pelo rebaixamento?
Condições, tem. Posso dizer que vamos nos salvar. Não sei se agora ou depois. Até pelos sinais que vi. O torcedor comparecer com 50 mil numa segunda-feira. Uma demonstração de força, da arquibancada. Vi o time lutando, diante de um adversário fortíssimo. Conseguir um empate, ter chance de virar o jogo. Esses sinais são evidências de que o trem está sendo invertido. Com certeza o segundo semestre será mais positivo.
O que mudou no Hernanes?
Teríamos de almoçar juntos para falar. Primeiramente agradeço ao futebol por me colocar em contato com outras culturas, sair do país. É como o feto, que não tem contato com o mundo, e sai da placenta para o mundo. O crescimento é inevitável. Mas falando de futebol, eu taticamente sinto que cresci bastante. Na Itália é um lugar onde se dá muito importância a isso. Quando comecei a jogar na escolinha aqui no Brasil, você dá a bola para a criança, faz dois times e joga, joga. E na Itália, não. Eles são muito teóricos. E naturalmente você aprende noções de posicionamento, marcação. Além de ser mais pegado. Minha pegada aumentou. São duas coisas que vejo que cresci, taticamente e do contato físico.
Está pronto para ser o salvador da pátria?
No futebol a gente sabe que tem um time que joga em conjunto e que em um jogo, um jogador pode fazer a diferença. Em outro, outro jogador pode fazer a diferença. Para ganhar um campeonato, ter um campeonato regular, tem de ter um time muito bem equilibrado. Para ter o suporte, e os jogadores possam fazer a diferença quando necessário. Estou disposto e assumo a responsabilidade de vestir essa camisa, honrar essa camisa e ajudar com certeza no que posso ajudar. Mas sempre será o conjunto.
Admiração dos garotos da base e de Lucas Fernandes, o Profetinha
É legal, é legal, porque o São Paulo sempre teve esse histórico por revelar. Saber que ainda continua esse trabalho em Cotia. Fico feliz de estar sendo exemplo, inspiração nesse momento. Fiquei feliz também pelo gol do Lucas, que ajudou bastante. Não deixou apagar a chama do torcedor. Voltar ao estádio e sair com a derrota apagaria essa chama. O gol manteve a chama. Parabéns ao Lucas, ao São Paulo e à base.
Do LanceNet
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