Operação contra políticos deve resultar em novas prisões na Paraíba, revela promotor
Promotor Romualdo Tadeu revelou que as investigações serão aprofundadas e se houver necessidade vai convocar também o ex-prefeito de Santa Rita, Reginaldo Pereira, para prestar depoimento
Promotor Romualdo Tadeu (Foto: Portal Correio) |
O promotor Romualdo Tadeu, que atuou na coordenação da ‘Operação Shark’, disse que as investigações deverão resultar em novas prisões, já que a empresa envolvida no suposto esquema fraudulento também atuava em outras cidades do estado. De acordo com ele, a operação desta quinta-feira foi fruto dos trabalhos realizados ainda pela ‘Operação Papel Timbrado’, no ano de 2014.
Romualdo revelou que as investigações serão aprofundadas e se houver necessidade vai convocar também o ex-prefeito de Santa Rita, Reginaldo Pereira, para prestar depoimento.
A operação foi realizada pela Polícia Civil, através do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB), em parceria com a Polícia Militar.
Como funcionava o esquema
Segundo o promotor Romualdo Tadeu, o ex-secretário de Infraestrutura de Santa Rita, José Fernandes , encaminho um ofício ao ex-prefeito pedindo urgência na pavimentação de pavimentar de 17 ruas na cidade, por conta da proximidade do período chuvoso. Ao todo, as obras custaram R$ 200 mil aos cofres do município.
A partir daí foi feito um procedimento de dispensa de licitação, com a convocação de três empresas para a realização do serviço. O promotor revelou que todas as empresas eram fantasmas e só serviam para “esquentar as notas fiscais”. Ele disse também que o serviço não foi executado, uma vez que as ruas já possuíam pavimentação, e algumas delas até em asfalto.
O promotor disse que o dinheiro para a obra era rateado da seguinte forma: 7% ficava com o dono da empresa envolvida, 18% para um intermediário que participava do suposto esquema e o restante era entregue aos vereadores.
As investigações também identificaram um volume muito grande de depósitos nas contas correntes de alguns funcionários da prefeitura. O dinheiro, segundo o promotor, seria fruto dos cheques repassados aos vereadores, que pediam para os funcionários trocarem nos bancos.
Interrogados, os funcionários negaram conhecer a origem do dinheiro e informaram que estavam fazendo apenas uma gentileza aos parlamentares. “Os vereadores recebiam os cheques e pediam para que funcionários depositassem em suas contas para depois repassar o dinheiro. Não ficou comprovada a participação deles no esquema, mas vamos intensificar as investigações nesse sentido”, explicou.
Os presos serão ouvidos durante audiência de custódia e responderão a processo judicial por corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, fraude à licitação e organização criminosa.
Caso condenados, a pena dos presos pode chegar a 40 anos de reclusão.
Do Portal Correio
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