Fã de Mike Tyson, José Aldo caminha para também experimentar boxe
Ex-campeão do UFC quer luta mais organizada que do rival McGregor
Aldo quer lutar box (Foto: R7) |
Aos 31 anos, o amazonense José Aldo é referência no UFC. Apesar das duas derrotas sofridas nos últimos três combates, para Conor McGregor e Max Holloway, o brasileiro permanece como um dos grandes lutadores da categoria. Seu contrato com o Ultimate prevê apenas mais quatro lutas e os próximos capítulos da vida do atleta talvez não estejam dentro do octógono. Um de seus sonhos é entrar no mundo do boxe e vestir luvas como seu ídolo Mike Tyson.
Campeão dos pesos-penas desde 2009, no extinto WEC, e 2011, no UFC, Aldo defendeu o título sete vezes. Ele perdeu o trono para o rival McGregor, em dezembro de 2015, em luta que durou apenas 13 segundos. Quase um ano depois, retomou o posto quando o irlandês foi obrigado a devolver o cinturão por ter conquistado também a categoria dos leves.
Em junho, um novo baque. A queda diante do norte-americano Holloway representou a perda do título interino conquistado em 2016 contra Frankie Edgar, mas foi apenas sua terceira derrota na carreira. As 26 vitórias acumuladas ao longo dos anos ainda fazem de José Aldo um dos maiores. Agora, pronto para retomar as glórias, Aldo vislumbra voltar ao ápice: “vou reconquistar o cinturão. Eu vou bater em todos”.
Em entrevista antes de gravar para o Esporte Fantástico, o ex-campeão revelou o que deu errado em seus últimos confrontos, comentou suas aspirações para o futuro, tanto no UFC como fora dele, e a admiração que sente pela lenda do boxe Mike Tyson — ao ponto de seguir até mesmo os passos do desafeto irlandês.
Confira a seguir os principais pontos da entrevista com José Aldo:
Derrota para Holloway
“Acho que ele teve mérito também. Claro que colocando os dois lutadores lado a lado, acho que eu tenho muito mais armas, muito mais jogo do que ele, mas ele teve mérito. Teve a oportunidade e soube aproveitar. Eu tive minha oportunidade logo no começo da luta e quase nocauteei, mas não aconteceu. Com todo o mérito, ele suportou bem e conseguiu terminar a luta. Lógico que quando a luta parou, eu estava bem. Falei com o árbitro, pois eu estava bem consciente, mas ele resolveu parar. Isso faz parte. Agora é andar para a frente e treinar para que isso não aconteça de novo.”
Próximo objetivo
Depois de sair derrotado do octógono em uma luta frustrante contra o norte-americano, José Aldo se prepara para encarar os confrontos que faltam naquele que pode ser seu último contrato com o UFC. Ele ainda não sabe quem será seu próximo adversário, apesar de rumores indicarem que será o cubano-americano Ricardo Lamas.
“O objetivo agora é reconquistar o cinturão, começando do zero de novo. Venho de uma luta que não foi muito boa, contra o Holloway, mas já coloquei na cabeça que preciso continuar. Vamos atrás de novo. Esse é o principal objetivo hoje.”
Nova era
Em conferência para promover o UFC 212, Holloway elogiou Aldo, mas declarou que era hora de uma nova era. Sobre o comentário do atual campeão dos pesos-penas, Aldo concorda que uma nova história será escrita daqui para a frente.
“Para mim vai ser uma nova era mesmo, porque eu vou reconquistar, vou fazer tudo desde o começo. Essa é a nova era, não é uma antiga era, não é o que eu deixei de ser. Porque eu que vou fazer essa nova era. Os lutadores estão se renovando, há poucos lutadores que eu não enfrentei. E eu vou reconquistar o cinturão. Vou bater em todos.”
Mudança para o boxe
O caminho seguido por Conor McGregor, derrotado na “Luta do Século” contra Floyd Mayweather, em agosto, não é exclusividade do irlandês. Uma das grandes estrelas do UFC, McGregor aceitou o desafio de migrar para o boxe. No ringue, lutou contra o invicto norte-americano e acabou vencido.
José Aldo almeja fazer o mesmo, mas de forma mais organizada. Sem saber quando ou como, o brasileiro revela ter o sonho de entrar no esporte no qual lendas como Mike Tyson e Muhammad Ali fizeram história.
“É um sonho que eu sempre tive. Desde que entrei no meio da luta, sempre fui muito fã do boxe. Mas eu tenho um contrato com o UFC e tenho algumas lutas para fazer lá. Depois que essas lutas acabarem, vamos ver a real situação em que eu vou estar para saber se eu posso continuar lutando. O Mike Tyson sempre foi uma inspiração para mim no meio da luta. Tanto no MMA como no boxe, sempre tentei lutar da maneira agressiva como ele sempre lutou. Mas só dentro do ringue.”
Atuação social
Além de seus projetos sociais - escolas de luta voltadas para crianças carentes no Rio de Janeiro - Aldo recentemente protagonizou um momento de solidariedade. Em um torneio de jiu-jitsu na capital fluminense, ele fez uma luta de exibição com Jonathan Pitbull, atleta com síndrome de Down.
“Fico muito feliz de poder servir de exemplo e incentivar pessoas de origem humilde a vencer na vida. Fico bem feliz e procuro sempre dar bons exemplos para que elas possam tomar proveito e seguir o caminho do bem como eu segui”.
Do Portal Correio com R7
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