Reitoria da UFPB repudia condução coercitiva de integrantes da UFMG
Oito pessoas foram alvo de condução coercitiva, uma ação que obriga pessoas a prestarem depoimento
Reitor da UFMG e a vice-reitora em ato contra PF (Foto: Da Net) |
A Reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) emitiu uma nota na qual manifesta sua indignação e repúdio pela à ação de condução coercitiva de dirigentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em operação que apura supostos desvios na construção do Memorial da Anistia. Em 6 de dezembro, o reitor, a vice-reitora e outros servidores foram levados pelos agentes da Polícia Federal para prestar depoimentos, sem mais explicações.
Oito pessoas foram alvo de condução coercitiva, uma ação que obriga pessoas a prestarem depoimento. Foram levados para depor o reitor, Jaime Arturo Ramires, a vice-reitora, Sandra Goulart, dois ex-reitores e dois ex-vice-reitores.
Confira a íntegra da nota assinada pela reitora da UFPB, Margareth Diniz:
A Reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vem reiterar sua indignação e manifestar repúdio à ação de condução coercitiva de dirigentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em operação que apura supostos desvios na construção do Memorial da Anistia. Em 6 de dezembro, o reitor, a vice-reitora e outros servidores foram levados pelos agentes da Polícia Federal para prestar depoimentos, sem mais explicações.
A UFPB já se pronunciou contra o abuso em documento coletivo, assinado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e reforça seu posicionamento em relação a essa nova agressão a gestores de universidades federais, que acontece depois de episódio semelhante envolvendo o reitor Luiz Cancellier de Olivo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e que teve a consequência trágica de seu suícidio, no começo de outubro.
A prática da condução coercitiva em fase de investigação, sem prévia notificação ou intimação, é questionada pela sociedade brasileira porque viola direitos e garantias fundamentais. Na sua face mais desrespeitosa e irresponsável, constrange cidadãos e os expõe ao espetáculo midiático e ao julgamento antecipado. No caso das comunidades universitárias vitimadas, é uma violência que atinge a honra, a imagem e a saúde mental de gestores e servidores que deram relevantes contribuições à sociedade, como manifestou, em nota, a UFMG.
Em Minas Gerais e em Santa Catarina, sob o pretexto de apurar irregularidades administrativas, o alvo das investidas parece ter sido o mesmo: a desmoralização e enfraquecimento das universidades públicas federais.
A UFPB, ao tempo que se solidariza com os dirigentes e toda a comunidade acadêmica da UFMG, confirma seu total apoio. Com a UFMG e as demais universidades federais brasileiras, está pronta para resistir e para enfrentar as afrontas à nossa dignidade, à nossa capacidade de gestão e às nossas próprias esperanças, que se equilibram, sim, nos esforços que dedicamos à construção de uma realidade melhor para o País.
Nós não vamos recuar na defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.
Margareth de Fátima F. M. Diniz
Reitora da UFPB
Do ParlamentoPB
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