EDITORIAL DO DIA! A demissão de Bruno e a resposta de Wellington Roberto
Caríssimo (a) leitor (a);
Editorial de 9 de janeiro de 2018 (Foto: Fato@Fato) |
O pedido de demissão de Bruno Roberto da Secretaria de Estado de Esportes, Juventude e Lazer enseja, no atual cenário político da Paraíba, algo como um teatro ensaiado e bem planejado, inclusive no seio familiar.
Bruno, para quem não sabe, é filho do deputado federal Wellington Roberto, atual presidente estadual do PR, partido que ainda faz parte da base do governador Ricardo Coutinho (PSB) na Assembleia Legislativa e na Paraíba.
Pois bem, como se pode notar, na primeira entrevista que deu (Programa Rádio Verdade da Arapuan FM) após pedir demissão, Bruno Roberto jogou toda responsabilidade de seu afastamento do cargo ao pai e ao irmão, esse último o deputado estadual Caio Roberto.
Quando perguntado qual seria o real motivo de sua saída da pasta, Bruno disse ter sido por questões de foro pessoal, mas quem poderia falar da parte política (enseja ter havido outra questão) seriam os deputados Wellington (federal) e Caio (estadual) Roberto.
Só a partir desse segundo mote deixado por Bruno, dizendo que a parte politica de seu afastamento estaria sob a responsabilidade do pai e do irmão, há de se fazer algumas observações, sobretudo do ponto de vista político, de acomodação no Governo e na reciprocidade de apoio do PR ao PSB.
Todo mundo sabe que o sonho de Wellington Roberto é ser senador da República pela Paraíba. Já ocupou o cargo como suplente de Humberto Lucena (falecido), mas, após seguidas eleições à Câmara dos Deputados, WR vem, a cada eleição, almejando e planejando uma das vagas no Senado.
Esse ano, portanto, como aliado de Ricardo, esperava pelo menos ter seu nome lembrado para uma das vagas de senador na chapa socialista que, inclusive, já tem João Azevêdo como pré-candidato a governador.
Até o lançamento do nome do deputado Luiz Couto (PT) como uma das opções para o Senado na chapa socialista, Wellington Roberto ainda estava na esperança de poder ser chamado por Ricardo a ocupar a outra vaga. E a espera parece ter sido inócua.
Isso por que, segundo a mídia ligada ao governador, o outro nome alçado a condição de pré-candidato a senador apoiado por Coutinho é o do deputado federal Veneziano Vital do Rego (ainda no MDB). Inclusive com declarações de afagos ao “ex-cabeludo” do próprio Ricardo Coutinho, sem esconder de ninguém sua preferência.
Então WR pensou: “Se eu, que tenho um partido (PR) estruturado por toda a Paraíba, possuo melhores condições financeiras e estruturais de campanha em relação aos outros pré-candidatos, tenho um filho deputado estadual, estou sendo preterido na chapa para Senado, melhor mesmo e começar retirar as tropas”.
E é o que está fazendo Wellington Roberto. Talvez não agora, mas o futuro (bem próximo) vai mostrar que o presidente estadual do PR pensava em ser aproveitado como pré-candidato a senador apoiado por Ricardo e, como não foi, preferiu não ter compromissos administrativos (ocupando cargos no Governo) com o governador para, na definição dos candidatos de situação e oposição, ter a liberdade de optar por outros caminhos, inclusive como pré-candidato a senador.
E, no recado enviado ao governador, WR é claro: “a partir do pedido de demissão de Bruno, o tratamento que o Governo dará ao PR será o tratamento que o PR dará ao Governo”. Como diz o adágio popular, para bom entendedor, meia palavra basta, imagine a palavra toda.
Da Redação
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