Vice da FPF protocola notícia-crime contra Amadeu e presidente do TJD
Denúncia de Nosman Barreiro diz respeito ao descumprimento de normas estabelecidas no Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Sede da Federação Paraibana de Futebol (Foto: Da Net) |
O vice-presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Nosman Barreiro, protocolou, nesta quarta-feira (11), notícia-crime junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e à Comissão de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contra o presidente da FPF, Amadeu Rodrigues, e contra o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba (TJD/PB), Lionaldo Santos. Ambos estão envolvidos nas investigações da ‘Operação Cartola’, que averigua uma suposta organização criminosa por falsidade ideológica, desvio de dinheiro e manipulação de resultados no futebol profissional da Paraíba. Nosman não está entre os investigados.
Segundo o advogado Romero Neves, que assinou a peça protocolada pelo vice-presidente, o mérito da notícia-crime não pode ser revelado, pois os inquéritos ocorrem em segredo de Justiça, mas ele adiantou que a denúncia diz respeito ao descumprimento de normas estabelecidas no Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
“Há indícios para que sejam averiguados os últimos acontecimentos do futebol da Paraíba, tanto na Justiça comum como na esfera da Justiça Desportiva. As condutas punitivas podem ser cumpridas nas duas esferas, mas de formas diferentes”, disse o advogado, afirmando também que se espera que o STJD e a Comissão de Ética da CBF apreciem a documentação encaminhada até a próxima semana.
“Essas denúncias que Nosman fez mostram que ele não está no ‘mesmo barco’. Ele não é apontado em nenhum momento nas investigações. Como vice-presidente da FPF, ele tem a obrigação de zelar pela federação diante da CBF e da Justiça”, acrescentou Romero Neves.
A redação do Portal Correio tentou falar com a defesa de Amadeu Rodrigues e com Lionaldo Santos, mas não foi possível se estabelecer contato até o fechamento desta matéria. Na segunda-feira (9), dia em que foi deflagrada a ‘Operação Cartola’, o representante do departamento jurídico da FPF, Hilton Souto Maior, negou que a entidade esteja envolvida em qualquer esquema criminoso. “Estamos à disposição da Justiça para colaborar. A Federação prestou contas à Confederação Brasileira de Futebol, inclusive no Ministério dos Esportes, e foi publicado no Diário Oficial da União todo balancete dos anos 2015 e 2016. O de 2017 é prestado agora em 2018. Não tem nada de desvio de dinheiro”, garantiu, na ocasião.
Operação Cartola
A Operação Cartola é resultado de mais de seis meses de investigações da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPPB), tendo por objetivo apurar os crimes cometidos por uma suposta organização composta por membros da Federação Paraibana de Futebol, Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (CEAF), Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba e dirigentes de clubes de futebol profissional da Paraíba.
Dentre as principais condutas investigadas, destacam-se a manipulação de resultados de campeonatos de futebol, adulteração de documentos, interferência em decisões da justiça desportiva (TJD) e desvio de valores oriundos de partidas de futebol profissional.
Em face do sigilo das investigações, os detalhes sobre o modo de atuação dos investigados, individualização das condutas e demais características da presente organização só poderão ser divulgados posteriormente, após a conclusão da fase investigativa e análise de todo o material apreendido.
Do Portal Correio
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