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Juíza confirma irregularidades e suspende o Empreender Paraíba

O autor da Ação Popular com Pedido de Tutela Antecipada é o advogado Jonatas Franklin de Sousa, de Campina Grande

TCE revelou aumento de 744% nos valores de empréstimos concedidos pelo Programa Empreender Paraíba (Foto: Reprodução/Facebook)
A juíza da 1ª Vara da Fazenda Pública de João Pessoa, Flávia da Costa Lins Cavalcanti, determinou a suspensão do Programa Empreender Paraíba, em caráter de urgência. Na decisão, a magistrada confirma irregularidades que constam no relatório de auditoria do Tribunal de Contas da Paraíba. Uma delas seria o aumento de 744% na liberação de recursos do Empreender-PB, em relação ao mesmo de período de 2017.

O autor da Ação Popular com Pedido de Tutela Antecipada é o advogado Jonatas Franklin de Sousa, de Campina Grande. Além da suspensão do programa, a ação pede ainda o afastamento da Secretária Executiva do Empreendedorismo, Amanda Araújo Rodrigues, e do governador Ricardo Coutinho, busca e apreensão de todos os processos de concessão de crédito de 2018 e a indisponibilidade de bens do socialista e da secretária, o que não foi acatado. A juíza concedeu apenas um dos pedidos liminares, o que trata da suspensão imediata do programa.

No despacho, a juíza Flávia da Costa cita que o relatório da auditoria da Corte de Contas, no processo n. 0956/18, constatou inúmeras ilegalidades que causam indiscutível lesão ao patrimônio público do Estado da Paraíba.

As irregularidades do Empreender Paraíba

O aumento de 621% no número de contratos firmados em relação ao mesmo período de 2017; gastos de janeiro a junho de 2018 que consumiram 82,52% do orçamento inicialmente fixado para todo o ano de 2018; ausência de prestação de contas do Empreender Pessoa Jurídica; contratos firmados pelo Empreender Pessoa Jurídica sem observância das formalidades legais; contratos firmados pelo Empreender Pessoa Física com inobservância dos critérios estabelecidos na legislação de regência; extrapolação do orçamento destinado para todo o ano de 2018; concessão de empréstimos a agentes políticos e correligionários foram outras irregularidades citadas no despacho da juíza.

Em outra parte da decisão, a juíza Flávia da Costa diz que consta do documento acima mencionado (o relatório do TCE), que “foram detectados registros de empenhos, correspondentes à concessão de empréstimos/financiamentos a pessoas físicas beneficiárias do Programa Federal Bolsa-Família. As trilhas da Auditoria, id nº 16869175, apontaram 133 pessoas, totalizando R$ 672.343,00”.

E finaliza: “O relatório multicitado é extenso é há outras irregularidades verificadas, mas num Juízo de cognição sumária, e a fim de preservar o patrimônio público, o princípio da moralidade e o da impessoalidade, bem como a legalidade no uso e destinação de verbas públicos, apenas defiro e tão somente um dos pedidos liminares, consistente na suspensão de qualquer concessão de crédito e/ou pagamento que tenham por sustentáculo o Programa Empreender nas suas mais diversas vertentes”.

Relatório do TCE revelou problemas no Empreender Paraíba

O programa Empreender Paraíba está sob suspeição desde 2014, quando o governador Ricardo Coutinho, à época candidato à reeleição, foi acusado de uso do Empreender para fins eleitorais. As investigações constataram um aumento de 91,18% na concessão de benefícios em 2014, em relação a 2013.

O julgamento da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), que tramita desde 2014, será iniciado nesta segunda-feira, pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, após quatro anos de investigações. A relatoria é do vice-presidente e corregedor, desembargador Carlos Beltrão.

A previsão é de que o julgamento tenha início às 14h, com parecer do Ministério Público Eleitoral pela cassação dos mandatos do governador Ricardo Coutinho (PSB) e da vice Lígia Feliciano (PDT).

Do Portal Correio
Em 01.10.18, às 12h41
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