Mourão diz que 'único problema' de Flávio Bolsonaro é 'o sobrenome'
Para vice-presidente, caso sobre movimentações atípicas ganhou repercussão porque Flávio é filho de Bolsonaro. Senador eleito pediu, e Fux suspendeu temporariamente as investigações
Mourão está no exercício do cargo (Foto: Da Net) |
O presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira (22) que o "único problema" do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, é o "sobrenome".
Vice-presidente da República, Mourão deu a declaração ao ser questionado sobre as movimentações financeiras atípicas de Flávio e do ex-motorista dele Fabrício Queiroz, identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Flávio Bolsonaro, segundo o Coaf:
Pagou título de R$ 1 milhão sem identificar o favorecido;
Recebeu 48 depósitos em 1 mês que somam R$ 96 mil;
Tinha um motorista que movimentou R$ 1,2 milhão em 1 ano.
Mourão tem afirmado que o caso envolvendo Flávio e Queiroz não é problema do governo, mas, sim, do senador eleito e do ex-motorista.
"O problema é dele [Flávio]. Mas o que acontece? Há essa repercussão toda pelo sobrenome dele. Assim como ele, tem mais outros 25 lá da Assembleia Legislativa investigados por problemas similares", declarou.
Na semana passada, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido de Flávio Bolsonaro e determinou a suspensão temporária das investigações envolvendo as movimentações atípicas.
O filho de Jair Bolsonaro argumentou que as regras foram "burladas" e, segundo Fux, se o processo não fosse paralisado, as provas poderiam ser anuladas.
Fux está de plantão e, quando o Poder Judiciário retomar os trabalhos, em 1º de fevereiro, caberá ao ministro Marco Aurélio analisar o caso. À colunista do G1 Andréia Sadi, Marco Aurélio já afirmou que tem enviado ao "lixo" pedidos como os de Flávio Bolsonaro.
Operação contra grilagem
Uma força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta terça-feira cinco suspeitos de integrar uma milícia que age em grilagem de terras.
A mãe de um dos denunciados nesta operação trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual.
Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão da PM Adriano Magalhães da Nóbrega - que ainda é procurado -, aparece em relatório do Coaf como uma das remetentes de depósitos para Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio.
Segundo relatório do Coaf, Raimunda depositou R$ 4,6 mil na conta de Fabrício Queiroz. Ela aparece na folha da Alerj com salário líquido de R$ 5.124,62.
Em nota, o senador eleito afirma que Raimunda Magalhães foi indicação de Fabrício Queiroz e que ele não pode ser responsabilizado por fatos até então desconhecido.
Do G1
Em 22.1.19, às 00h15
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