OPINIÃO! Rui Leitão protesta contra tragédia em Brumadinho
O descaso do homem com a natureza: Brumadinho como exemplo
Escritor Rui Leitão (Foto: Da Net) |
O próprio homem está destruindo a natureza. Porque tem se preocupado muito mais com o hoje, do que com as consequências que virão no futuro. A degradação da natureza é resultado da ganância humana. É assombroso como não existe atenção com o que está acontecendo com nosso planeta. Precisamos abrir os olhos e pensar nas novas gerações que necessitarão viver num mundo mais limpo.
A busca incansável pelo dinheiro faz com que sejam desprezados os conceitos de solidariedade e responsabilidade. A tragédia de Brumadinho é um exemplo disso. É inadmissível se argumentar que houve imprevisibilidade da ocorrência. Ali não aconteceu um acidente, mas indiscutivelmente um crime ambiental. Uma catástrofe anunciada. A ganância empresarial existente no mundo, nesse caso em especial no nosso país, deu causa ao acontecimento.
A exploração inconsequente de nossas riquezas, consentida pelos governantes, produzindo desamparo e calamidades para o povo. Não podem os empresários e gestores públicos classificar o evento trágico como uma “fatalidade” para se isentarem de responsabilidades. Ao contrário do que pregam alguns agentes políticos, se faz necessário o fortalecimento das entidades fiscalizadoras. É inaceitável que se critique o ativismo ambiental que luta denodadamente em defesa da preservação do nosso meio ambiente.
Não é hora de politizar a tragédia. È o momento de agir. Apurar e punir exemplarmente os responsáveis, fazendo prevalecer a justiça. Não há como repetir Mariana e deixar a impunidade prevalecer, porquanto são poderosos os causadores da catástrofe. Nada se aprendeu a partir daquele desastre. Pergunta-se: o que se fez para otimizar a gestão de riscos ou de educação ambiental em relação às atividades das mineradoras instaladas em nosso território? Não se verificam apenas os prejuízos ambientais, mas, principalmente, a perda de centenas de vidas humanas e animais. O que afinal foi feito para diminuir as possibilidades de rompimento de barragens e suas consequências? Porque não foram promovidas ações de segurança, ampliando. Inclusive, a capacidade de gerenciamento dos poderes públicos, de forma a impor padrões de segurança para as barragens construídas e mantidas em nosso país?
Lamentavelmente o dano potencial já foi causado. É dever de todos preservar e proteger o meio ambiente de empreendimentos lucrativos. A privatização de nossas riquezas caminha em sentido inverso a essa lógica. Os bens naturais, de uso comum do povo, estão sendo entregues à exploração dos gananciosos, dos egoístas que querem ganhar muito dinheiro, pouco se importando com a geração de riscos à vida humana e à promoção do desequilíbrio ambiental. Tomara que dessa vez isso sirva de lição para que novos desastres não venham a acontecer, por conta da omissão e condescendência dos agentes públicos competentes.
Por Rui Leitão (escritor e jornalista)
Em 27.1.19, às 12h58
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