Cerca de 75% das famílias paraibanas ainda se recusam a doar órgãos
Matéria é publicada pela Secretaria de Comunicação Institucional do Governo do Estado
Pesquisa foi realizada na Paraíba (Foto: Secom) |
Foi realizada, nesta sexta-feira (6), a captação de multiórgãos no Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. Do mesmo doador, um jovem de 34 anos vítima de acidente de moto, foram coletados córneas, rins, fígado e coração. Ao todo, seis pessoas foram beneficiadas com a doação.
De acordo com o diretor da Central de Transplantes da Paraíba, Luiz Gustavo, hoje foi feita a primeira captação de um coração depois de um hiato de 10 anos. “Ela marca não só o reinício dessa história para a Paraíba, como também motiva toda a equipe da Central e dos hospitais a aumentar mais esse número”, observa.
O coração e o fígado foram levados para Pernambuco, para serem transplantados em um paciente do sexo feminino e outro do sexo masculino, respectivamente. Os rins foram transplantados em uma mulher de 38 anos e em um homem de 50 anos, em João Pessoa. As córneas também ficaram na capital paraibana.
De maneira a agilizar o processo de transporte do coração para ter tempo hábil de realizar o transplante, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fez a escolta do carro até a divisa da Paraíba com Pernambuco. No local, outra equipe da PRF-PE estava à espera para acompanhar o carro até o Hospital Imip, local do transplante. “Articulamos todo esse esquema com a PRF porque o tempo de vida do coração, depois de retirado do corpo, é de quatro horas. O transporte tem que ser rápido para que aquele órgão sirva para ser transplantado ao chegar em seu destino”, explica Luiz Gustavo.
O chefe substituto da Delegacia Metropolitana da PRF, Rummenigge Rossi, relatou que a operação começou no início da tarde com a mobilização de duas equipes, tanto na regional da Paraíba, quanto na regional de Pernambuco. No início da noite, horário em que a equipe saiu com coração para o transporte, os dois carros já estavam a postos para seguir. “A missão institucional da PRF é salvar vidas. Ficamos satisfeitos em saber que, com o nosso trabalho, poderemos ajudar a salvar uma vida”, pontuou.
Luiz Gustavo comemorou o trabalho em equipe realizado nesta sexta, envolvendo não só o Hospital do Trauma de João Pessoa, como também a PRF e, em especial, a Central de Transplantes da Paraíba. Ele lembra que, só em 2019, já houve um aumento de mais de 200% no número de doações com relação a 2018. Essa semana, inclusive, foi feito o 12º transplante de fígado na Paraíba, um recorde para o estado. Mas o médico intensivista ainda lamenta o fato de que a recusa dos familiares para autorizar a doação ainda é alta, em torno de 75%.
“A conscientização da família é muito importante. Encorajar a discussão no ambiente familiar e na sociedade é de grande valia, até porque a principal causa de morte no adulto jovem, nos dias de hoje, é violência externa que também é o principal motivador das doações de órgãos. É importante esse encorajamento familiar para que exista não só um acréscimo estatístico, mas, sobretudo, o crescimento de mais vidas que foram salvas”, observou.
A família do doador acompanhou todo o processo de perto. As irmãs Lenilda e Severina disseram que a dor da perda pode ser grande, mas saber que ele pôde salvar seis vidas por meio da doação traz paz e conforto para todos da família. “A equipe da Central nos explicou todo o processo e nos acompanhou de perto, dando todo suporte e apoio. Ao receber a notícia, pensamos um pouco e optamos por autorizar a doação. Nosso irmão vai poder salvar outras vidas. Temos certeza que ele ficaria feliz em saber disso”, afirmou.
Da Secom-PB
Publicada por F@F em 08.09.19, às 01h09
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