Bolsonaristas são presos suspeitos de vandalismo e tentativa de golpe de Estado
Entre alvos, estão frequentadores dos atos no Quartel-General do Exército. Ação cumpre 32 mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no DF e em 7 estados
Operação Nero investiga suspeitos de invasão à PF e atos e vandalismo em Brasília (Foto: PCDF/Divulgação) |
A TV Globo apurou que, entre os alvos, estão bolsonaristas que frequentavam os atos no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). Até as 10h, pelo menos quatro pessoas tinham sido presas:
Klio Damião Hirano
Atilla Mello
Joel Pires Santana
Carina Mello
Um dos suspeitos, que estava em um hotel de Brasília, não foi encontrado pelos policiais e é considerado foragido. O nome dele não tinha sido divulgado até a última atualização desta reportagem.
Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
Ao todo, as corporações cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e nos seguintes estados: Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
"As ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo", escreveu.
O futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, comentou a operação desta quinta, em uma rede social.
Operação foi batizada de Nero, que incendiou Roma
A operação ganhou o nome de Nero, em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma.
Segundo a PF, as investigações tiveram início depois da tentativa de invasão à sede da PF. À ocasião, bolsonaristas tentaram resgatar um homem preso pela instituição, no dia 12 de dezembro. Sem sucesso, iniciaram ataques de vandalismo na capital.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
A PF afirma que a investigação teve início na corporação, em conjunto com a Polícia Civil, que apurou os ataques de vandalismo na capital. Por declínio de competência, os inquéritos foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Polícia Federal, "o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo".
Relembre o caso
Apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília, em 12 de dezembro;
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados;
A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e balas de borracha, mas ninguém foi detido na data;
Um shopping teve de ser fechado e, nas ruas do Setor Hoteleiro Norte, os bombeiros encontraram botijões de gás vazios espalhados;
Os bolsonaristas usaram, pelo menos, nove botijões para bloquear ruas. Segundo a PM, os botijões foram furtados de um posto de combustíveis;
Os vidros da 5ª Delegacia de Polícia, que fica na Asa Norte, próximo ao Setor Hoteleiro, foram quebrados e, em frente ao prédio, um ônibus foi queimado;
À época, o Secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo Souza Ferreira, disse que as imagens dos atos de vandalismo estavam sendo analisadas para identificar os responsáveis;
As prisões dos envolvidos ocorrem 17 dias após o ataque.
Da Tv Globo e g1 DF com ClickPB
Deixe seu comentário