Bolsonaristas invadem e depredam Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF
Militares tentaram, mas não conseguiram, conter terroristas com spray de pimenta e bombas de efeito moral. Vândalos depredaram os prédios, sedes dos poderes da República
Invasão ocorreu neste domingo (Foto: Reprodução) |
Policiais militares tentaram conter os bolsonaristas com uso de spray de pimenta, no entanto, eles invadiram a área de contenção que cercava o Congresso Nacional. Imagens do local mostram que um veículo da Polícia Legislativa caiu no espelho d'água do Congresso.
Vidraças da sede do Congresso foram quebradas. Os bolsonaristas radicais alcançaram o Salão Verde da Câmara dos Deputados, área que dá acesso ao plenário da Casa.
Os policiais também usaram bombas de efeito moral na tentativa de conter os participantes do ato antidemocrático. Até a última atualização desta publicação, a Polícia Militar ainda não havia se manifestado sobre a invasão.
Após a invasão ao Congresso Nacional, os bolsonaristas radicais também invadiram o Supremo Tribunal Federal (STF). Os participantes do ato antidemocrático quebraram vidros da fachada, entraram no prédio e chegaram até o plenário.
No Palácio do Planalto, os bolsonaristas radicais chegaram até o quarto andar e depredaram a sede do Poder Executivo. Os terroristas nas sedes dos poderes da República começaram a ser dispersados apenas por volta das 19h, cerca de 4h após o início.
Policiais militares do Batalhão de Choque usaram bombas de efeito moral e gás de pimenta para retirar os terroristas da Esplanada dos Ministérios e os direcionarem à Rodoviária do Plano Piloto. Até a última atualização desta publicação, os vândalos continuavam no centro de Brasília.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou, pouco antes das 21h, que 200 pessoas foram presas em flagrante e que as prisões continuariam na noite deste domingo. Minutos antes, o governador do DF, Ibaneis Rocha, afirmou que mais de 400 pessoas já haviam sido presas.
Intervenção federal
Com os atos antidemocráticos, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decretou intervenção federal na área de segurança pública do Distrito Federal para manter a ordem pública
"O objetivo da intervenção é pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no Estado no Distrito Federal, marcada por atos de violência e invasão a prédios públicos", diz o decreto lido por Lula.
A intervenção está prevista para durar até o dia 31 de janeiro. O interventor vai ser Ricardo Garcia, secretário-executivo do Ministério da Justiça.
Declarações
O ministro da Justiça, Flávio Dino, chamou os atos antidemocráticos de "absurdos" e afirmou que a "tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer. Dino disse ainda que o GDF informou que "haverá reforços".
O ex-ministro da Justiça e atual secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, disse que determinou que o setor de operações da pasta tome "providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília. "Cenas lamentáveis agora na Esplanada dos Ministérios", afirmou.
Pouco tempo após o pronunciamento de Torres, o governador Ibaneis Rocha (MDB) informou que determinou a exoneração do ex-ministro. Além disso, o chefe do Executivo afirmou que não é conivente com os atos antidemocráticos e que toda força de segurança da capital está nas ruas.
Presidente do Senado
Após a invasão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) disse em uma rede social que em uma conversa por telefone, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que "está concentrando os esforços de todo o aparato policial, no sentido de controlar a situação".
Pacheco disse ainda que repudia os atos antidemocráticos e que eles devem "sofrer o rigor da lei com urgência".
Do g1
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