OPINIÃO: Ikeda escreve sobre a fidelidade de Roberto Paulino ao MDB
Roberto, um emedebista raiz
Joseilton Gomes, Ikeda (Foto: Arquivo Pessoal) |
Comandado pelo senador Veneziano, que um dia esteve de ‘mãos dadas’ com Paulino em Guarabira, o MDB segue ignorando a história de um de seus mais ilustres filiados para se alinhar com o PSDB de Guarabira, replicando o que aconteceu na eleição de 22 na Paraíba. Na política, lealdade e amizade parece que não têm mais importância para uma maioria ávida, apenas, pelo êxito na disputa pelo poder. Roberto, no entanto, se difere: segue “solitário” na defesa de sua ‘única residência’, como uma reserva moral do partido, com suas convicções.
Em entrevistas, a deputada estadual reeleita Camila Toscano (PSDB) e o prefeito de Guarabira Marcus Diogo (PSDB), confirmaram que o grupo de situação em Guarabira está se aproximando ainda mais do senador Veneziano (MDB), que preside o MDB-PB. Isso também já vinha ocorrendo em 2022. Não bastasse essa aproximação, o prefeito Marcus não descartou a possibilidade de deixar o ‘ninho tucano’ para se filiar e assumir a direção do partido na cidade. Apesar de tudo, Paulino vai continuar na legenda, salvo se quiserem ‘expulsá-lo’…
Como veterano na política estadual, acredito que Roberto Paulino sabe que no jogo político e na disputa pelo poder, políticos trocam de partido conforme a conveniência e o momento… É o que mais temos visto no cenário atual. Ele tem sido uma das poucas exceções no meio. O ex-deputado estadual Raniery saiu do MDB, mas foi ‘forçado’ a deixar a legenda – não por conveniência: se dependesse dele, penso que não teria deixado o partido.
Como dizem por aí, ‘toda ação gera uma reação’. E diferente de Roberto Paulino, após tomar ciência do alinhamento político entre MDB e PSDB em Guarabira, o advogado Fábio Mariano decidiu se desfilar da legenda. Além de integrar a comissão executiva do partido no município, ele advogou para a sigla e é amigo da família Paulino. Segundo a imprensa local, Dr. Fábio passará a fortalecer os quadros do Republicanos, de Raniery Pauino. Alguém mais vai deixar?
Politicamente falando: quem garante que o senador Veneziano – que ‘ontem’ fez campanha e dizia aos quatro cantos da cidade de Guarabira que Paulino era a melhor opção para o eleitor -, amanhã, por conveniência ou não, não vai ‘dar as costas’ para Toscano, como teve coragem de fazer com Paulino após a morte de Zé Maranhão? Alguém arrisca qual o nível de confiança política do grupo Toscano em Vané, levando em conta as mudanças de discurso do nobre senador?
O líder Brizola, de saudosa memória, disse um dia que “a política ama a traição e odeia o traidor”. Você pode dizer o que quiser do atual secretário-chefe do Governo Roberto Paulino, mas parece que se depender dele, sua consciência, seu partido de origem e seus aliados não serão traídos. Roberto é um emedebista raiz.
Por Joseilton Gomes-Ikeda (jornalista de Guarabira)
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