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VEJA ONDE! Policial militar mata pedreiro com tiro no rosto

Segundo testemunhas, Deyvison Batista da Silva, de 29 anos, conversava com dois amigos quando três policiais chegaram e um deles fez o disparo. Caso é investigado pela polícia

Vítima tinha 29 anos de idade (Foto: Reprodução/WhatsApp)
Recife (PE) - Um homem foi morto com um tiro no rosto durante uma operação da Polícia Militar em Escada, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. Segundo testemunhas, a vítima é o pedreiro e cortador de cana Deyvison Batista da Silva, de 29 anos, que estava conversando com dois amigos quando três policiais se aproximaram e um deles fez o disparo. O caso, que é investigado pela polícia, motivou protestos de moradores da cidade.

A morte ocorreu na quarta-feira (21), por volta das 15h, na comunidade do Córrego do Ferreiro. Uma parente de Deyvison, que pediu para não ser identificada, disse ao g1 que presenciou o momento em que a vítima levou o tiro. De acordo com ela, havia muitas pessoas na rua no momento da morte, incluindo crianças.

"Antes subir para a rua da gente, tem um beco. As três motos [da polícia] subiram. Aí eu falei: 'Vai parar os meninos [Deyvison e os amigos]'. Os meninos não se mexeram, não tiveram reação nenhuma. Deyvison estava no meio. Foi bem próximo que ele [o policial] parou a moto. (...) Ele [o policial] só disse: 'Mão na cabeça'. Não teve demora nenhuma, já deu o tiro", contou a testemunha.

Segundo ela, o PM que atirou na vítima é conhecido na comunidade como "Pitbull" e tem histórico de violência na região.

O assessor de comunicação da Polícia Militar, coronel Glauber Vieira, disse ao g1, em entrevista por telefone, que a conduta dos policiais está sendo investigada e que, conforme relatos dos PMs, Deyvison estava com um revólver calibre 38 e fez um gesto como se fosse pegar uma arma (veja resposta abaixo).

A testemunha do crime contou ao g1 que os PMs só desceram das motos que dirigiam depois que a vítima caiu no chão.

"Eles viram o desespero da gente porque não iam socorrer. Ficaram todos espantados com o que eles fizeram. A mulher dele [Deyvison], grávida, chegou na hora. Depois que a situação piorou, que a gente viu que tinha muito sangue, desceu uma viatura e colocaram ele dentro", disse a parente.

Segundo a testemunha, Deyvison foi levado na viatura ao Hospital Regional de Escada, sem que alguém da família pudesse acompanhar. A vítima já tinha morrido quando chegou à unidade de saúde. "Disseram que Deyvison estava com arma, com droga, mas ele não estava", afirmou a parente.

Após a morte de Deyvison, moradores de Escada organizaram dois protestos no município. Nas manifestações, realizadas na noite de quarta (21) e na tarde desta quinta-feira (22), o grupo queimou pneus e interditou os dois sentidos da BR-101, na entrada da cidade.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que o protesto aconteceu no quilômetro 126 da BR-101, em Escada, e até a meia-noite de quinta-feira (22) os moradores permaneciam no local, protestando contra a violência policial que resultou na morte do pedreiro.

O que diz a polícia

Ao g1, o assessor de comunicação da Polícia Militar, coronel Glauber Vieira, informou que os policiais envolvidos foram encaminhados para a Delegacia de Caruaru, da Polícia Civil, e para a Delegacia Judiciária da PM, que vai investigar a conduta dos militares.

"As informações preliminares são de que houve uma ocorrência, e que na abordagem, no relato que tem, o homem fez menção de puxar uma arma e houve a reação do policiamento. A população alega que ele não estava armado", afirmou o coronel.

Segundo o coronel Glauber Vieira, os agentes relataram que estavam fazendo uma operação para combater o tráfico de drogas na área e que foi apreendido com a vítima um revólver calibre 38.

"Essas investigações vão apurar sobre o processo da abordagem, se houve excesso dos policiais. Tudo isso vai ser investigado. (...) Eles tiveram as armas recolhidas para perícia, vão responder ao processo, a princípio administrativamente, e são afastados momentaneamente. Ficam aguardando a conclusão de um inquérito, que tem prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias", informou o coronel Glauber Vieira.

Também procurada, a Polícia Civil disse que o caso está sendo investigado como "homicídio consumado decorrente de intervenção policial" e porte ilegal de arma de fogo. A corporação afirmou ainda que um inquérito foi instaurado para apurar os fatos.

Do g1 Pernambuco
Em 23 de FEV de 2024
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