Artesanato da PB tem reconhecimento da Unesco e do Conselho Mundial
A presidente do CMI, Bárbara Talia Velasco, foi enfática ao descrever a importância do evento para reconhecer as produções artesanais de excelência da América Latina
Artesanato paraibano em alta (Foto: Secom-PB) |
A artesã responsável pela conquista paraibana é Marlene Leopoldino, rendeira do município de Monteiro, no Cariri — uma echarpe feita por Marlene com desenhos de tilápia, peixe comum na região, e com cores bem vivas, conquistou a experiência e a acuidade técnica de um seleto júri. Além do Brasil, os países que concorreram ao selo de Reconhecimento de Excelência da Unesco e do CMI foram Bolívia, Chile, Equador, Uruguai, Peru e Paraguai — com exceção da Bolívia, todos garantiram o reconhecimento. Foram 96 peças inscritas de sete países, com a participação de um júri internacional selecionado pelo Conselho Mundial do Artesanato. A peça de Marlene passa a integrar o acervo permanente do Museu Tomás Lago de Arte Popular Americana (Mapa).
A presidente de Honra do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Ana Maria Lins, em mensagem conjunta com o governador João Azevêdo, comemorou a conquista e ressaltou ser fruto dos investimentos do Governo da Paraíba no segmento e do empenho dos artesãos. "A Paraíba, mais uma vez, brilha no cenário internacional, com esse reconhecimento muito importante para o nosso artesanato, que fortalece ainda mais a visibilidade que o nosso artesão, que a nossa artesã têm conquistado. É um reconhecimento de Monteiro, da artesã Marlene Leopoldino, muito dedicada, muito esforçada, mas também de toda a população paraibana", afirmou.
"O Governo do Estado agradece a confiança que todos os artesãos e artesãs depositam na politica desenvolvida pelo PAP. Investimentos que geram renda e dignidade para quem faz parte desse processo. Viva Marlene, Viva o Cariri, Viva o artesanato, Viva a Paraiba", prossegue a mensagem.
A secretária do Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setde), Rosália Lucas, pasta à qual o PAP é vinculado, foi enfática ao descrever o Reconhecimento de Excelência conquistado pelo artesanato paraibano. "Essa conquista vem fortalecer três eixos fundamentais para o nosso artesanato: a cultura, o turismo e a economia. Mostramos para o mundo que temos um artesanato de excelência, que se inova, que se moderniza e ao mesmo tempo preserva suas raízes, anda de mãos dadas com a sustentabilidade. É também a demonstração de que todos os esforços da gestão do governador João Azevêdo para fortalecer o artesanato paraibano têm dado resultados concretos, prova de que estamos no caminho certo", disse.
A gestora do PAP, Marielza Rodriguez, que representou o Brasil perante o Conselho Mundial do Artesanato durante o evento, destacou que a conquista da Paraíba se deve a uma união de esforços para desenvolver o artesanato no Estado. "Dentre quase cem peças, a peça da nossa artesã Marlene Leopoldino foi reconhecida pela qualidade, inovação e acabamento. Tudo isso é fruto de um trabalho, liderado pelo governador João Azevêdo e pela nossa presidente de Honra, Ana Maria Lins, com parceiros como o Sebrae, criando oportunidades como a capacitação com oficinas criativas, entre outros estímulos. O artesanato paraibano vive o seu melhor momento", resumiu, lembrando que Monteiro conquistou, recentemente, o título de Cidade Mundial do Artesanato em Renda Renascença, também pelo CMI, e que João Pessoa é a única cidade brasileira que conquistou o selo de "Cidade Criativa da Unesco" no segmento artesanato e arte popular.
Para a prefeita de Monteiro, Anna Lorena, essa conquista é resultado da união para fortalecer o artesanato, com destaque para a renda renascença. “Estamos trabalhando muito, todos juntos, prefeituras, Governo e Sebrae, em busca de consolidarmos cada vez mais o modelo de negócio implantado no Crença onde as rendeiras são as verdadeiras protagonistas de todo o processo. Esse prêmio nos mostra que estamos no caminho certo”, comentou.
A presidente do CMI, Bárbara Talia Velasco, foi enfática ao descrever a importância do evento para reconhecer as produções artesanais de excelência da América Latina. "Nos posiciona novamente como um espaço aberto à comunidade, que dialoga, que oferece um discurso sobre a arte e o artesanato popular, que nos permite abrir as fronteiras sobre o que é o valor da arte popular, dignificá-lo e colocá-lo numa esfera muito mais importante dentro do mundo da cultura”.
Inspiração e reconhecimento — A conquista da paraibana Marlene Leopoldino é a demonstração de que os investimentos do Governo da Paraíba no artesanato têm surtido efeitos além da expectativa. Se não fosse a participação de Marlene no Desfile #SomosTodosParaiba, em 2020, resultado de uma oficina de capacitação com o renomado estilista Ronaldo Fraga, talvez ela não tivesse tido a inspiração para produzir a peça que conquistou o Reconhecimento de Excelência da Unesco e do CMI.
"Eu peguei as cores desse desfile, as cores de Flávio Tavares, e coloquei na peça, cores fortes que são muito valorizadas em países como Chile e Peru — eles gostam muito do colorido. De repente, tive a ideia de criar essa echarpe, mostrei a Marielza, que achou linda. Então, fui embora trabalhar no acabamento", contou, revelando que a montagem da peça foi feita em menos de cinco dias.
Rendeira há mais de 30 anos, aos 54 anos de idade Marlene não tem dúvidas sobre a importância de se buscar qualificação. "Essas oficinas com estilistas de renome, como Ronaldo Fraga e Renato Imbroisi, me ajudaram muito no meu desenvolvimento profissional, aliado ao fato de eu fazer o que gosto, dividir com o nosso grupo, como a minha parceira Ana Paula, presidente da Associação das Rendeiras da Renda Renascença do Cariri Paraibano. Tudo isso tem gerado esses resultados, que agradeço demais", concluiu.
Ao todo, 96 peças foram inscritas. Conquistaram o Reconhecimento de Excelência da Unesco e CMI o Brasil, com duas peças, além de Peru (1), Paraguai (1), Uruguai (1), Equador (1) e Chile (10).
Da Secom-Paraíba
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